sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Agora é a ofensiva da CPMF

O governo Lula jogou pesado na absolvição de Renan Calheiros. Depois de "dobrar" o Senado, Lula investe de novo e diz que o mais importante, no momento, "é que o Senado volte a funcionar com normalidade, pois temos muitas coisas importantes a serem votadas". Em Copenhague, na Dinamarca, Lula falou da necessidade de aprovar a prorrogação da CPMF que, segundo ele, interessa ao povo brasileiro.

Mas será que a CPMF interessa mesmo ao povo brasileiro? Segundo estudos, os ditos "pobres", de quem tanto Lula se diz defensor, têm que trabalhar até nove dias por ano só para cobrir sua CPMF, muitas vezes embutida nos preços dos produtos que consomem. Muitos desses "pobres" nem sequer têm movimentação bancária. A CPMF, como toda a carga tributária do país, virou uma devoradora do PIB, além dos cada vez mais elevados gastos públicos. O Brasil perde a cada ano 1,5 ponto no seu crescimento.

Estas e outras ponderações encontram-se no artigo CPMF: parceria com o diabo, de Paulo Rabello de Castro, publicado na Folha de S. Paulo (12.set.2007). Paulo Rabello de Castro é doutor em economia pela Universidade de Chicago (EUA), é vice-presidente do Instituto Atlântico e chairman da SR Rating, classificadora de riscos:

  • "A CPMF é como o diabo: sedutor, com todo jeito de coisa boa, porém traiçoeiro e maligno. A CPMF entrou como o diabo em nossa casa: veio para salvar a saúde, envolvendo homens de bem. ....

    O argumento oficial também é diabólico, pois o governo, que não tem espaço para cortar gasto, é o mesmo que promete elevar o gasto corrente, contratando mais 56 mil, engordando a folha e criando agora outro ministério, com 600 cargos comissionados!

    Não dá mais para tapar o sol, ou melhor, o diabo, com a peneira grossa. A CPMF, mais do que qualquer outro tributo, é infame. Por incidir mais sobre quem nem conta em banco tem. ....

    Para cada aumento de carga, na razão de um ponto percentual do PIB (ex.: de 35% para 35% do PIB), o crescimento do Brasil cai "para sempre" cerca de 0,3 ponto porcentual. ....

    A carga tributária explosiva de hoje "contrata" a perda de PIB amanhã. Mata o crescimento. Estiola a produtividade geral do país. O melhor investimento do PAC seria, hoje, reduzir a carga, extinguir a CPMF, para o país poder crescer mais amanhã".

Um comentário:

Maysa disse...

O que pagamos de impostos é uma vergonha... tá tudo, mas tudo errado por aqui né..

Abraços!
Maysa
http://www.maysadecastro.com.br/blog/