quarta-feira, 7 de novembro de 2007

CPMF, TV pública, 3º mandato...

CPMF, TV pública, 3º mandato...
A aprovação da prorrogação da CPMF será o ponto de partida para o país começar a descer a rampa que conduzirá ao chamado "golpe institucional". É essa a idéia central do significativo artigo que Jorge Bornhausen publica na Folha de S. Paulo (7.nov.2007), intitulado Depois da CPMF, o queremismo.

Traça um paralelo entre as movimentações políticas destes dias, em que a idéia do 3º mandato anda na boca de muita gente, e o movimento deslanchado no tempo de Getúlio Vargas para salvar o regime discricionário. Um "queremos Getúlio" que, nas suas palavras, equivalia a uma "democracia com ditador".

O "queremismo" lulista
Bornhausen delineia o fio condutor da pressão governamental para aprovar a CPMF, o troca-troca partidário promovido pelo governo para inchar a "base aliada", a criação e implantação às pressas da TV pública, a idéia do 3º mandato.

  • "Erro de script - ou, quem sabe, uma precipitação no cronograma de eventos do esquema lulista - tornou público os planos de promover um plebiscito com as eleições municipais de 2008 para permitir um terceiro mandato ao presidente da República. E com a prorrogação - de quatro para cinco anos - do atual mandato de Lula.

    Mas ninguém dirá que o autor da proposta, o deputado Devanir Ribeiro, sindicalista da confiança pessoal do presidente, é um livre atirador. Pelo contrário, trata-se de uma voz autorizada e prestigiada.

    Não era para ser assim. Como tudo no governo Lula - um jogo político em que pouco importam os meios, tudo é feito apenas para manter e ampliar o poder -, a questão da CPMF seria um bom pretexto.

    Embora seja uma ação legislativa absurda (emendar a Constituição para criar um tributo provisório que se extingue no dia 31/12/2007), a tramitação da CPMF foi escolhida como biombo para aprovar a segunda reeleição do presidente da República. ....

    Ao fazr [alguns vira-casacas] trocar de partido e esvaziar as bancadas da oposição, montou-se o rolo compressor (que eles chamam eufemisticamente de "base governista") para aprovar a segunda reeleição de Lula.

    Num país em que já são cobrados 64 tributos diferentes e certamente ocorre a maior desproporção entre o peso dos impostos sobre a população e a retribuição desse dinheiro em serviços e fortalecimento do Estado, a CPMF é indefensável. ....

    Sem limites éticos, o governo Lula atinge os seus fins: a remoção do obstáculo representado pela capacidade da oposição de desfrutar de seu peso específico -obtido pelo voto, em eleições diretas- nas decisões do Congresso, ao menos quando se tratar de maiorias qualificadas.

    Daí a votação da prorrogação da CPMF, o imposto do cheque, ter se transformado numa batalha decisiva para a democracia brasileira. Sua aprovação será a partida para o país começar a descer o plano inclinado do chamado "golpe institucional", quando os avanços discricionários cumprem falsos rituais democráticos.

    Sem nenhum obstáculo, a implantação de um governo absolutista satisfaz a preocupação natural do grande grupo de incompetentes e desqualificados que, graças ao uso da "estrelinha" partidária, e só por isso, ocupam as dezenas de milhares de cargos públicos de confiança. E não terão o que fazer se perdê-los.

    A eles se aliarão os inescrupulosos que, por meio de ONGs de fachada, se alimentam dos cofres governamentais. Serão todos capitães da brigada de choque do novo queremismo. ....

    O queremismo não pegou, mas o vírus da doença tropical se mantém hibernado. Ou pode-se interpretar de outra maneira a implantação surpreendente da nova TV estatal, mobilizando recursos e pessoas que dificilmente se disporiam a trocar carreiras e tempo de serviço, com excelentes salários, por uma aventura de fim de governo? Esse tipo de operação tem nome e modelo conhecidos na política brasileira. É queremismo".
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2 comentários:

Anônimo disse...

A oposição feita ao governo Lula é pífia e é um governo que arrasta-se "presenteando-nos" a cada dia com suas contradições e clara, diria, claríssima incompetência, incongruência, deliqUência, oriundos de crimes diversificados. Poderia-se até listá-los para que aquilatássemos seus graus de malefícios ao país. Situação das estradas, invasão do MST, prorrogação da CPMF, o gás do Evo, o camarada Chávez, o caos aéreo, as bolsas "esmolas", os quilombolas... tem mais...mas colocar aqui seria maçante como ter que ouvir o Apedeuta dizer que não faltará gás, mas o preço vai ser "corrigido", com certeza.

Letícia Losekann Coelho disse...

Estou rezando para a CPMF não ser aprovada e o Governo aumentar os impostos....só assim para doer no bolso e o povo parar de votar no PT! Queria ver um plano de governo do PT, neste Governo pq até agora só governaram com projetos do governo anterior!!
beijos :)