domingo, 25 de novembro de 2007

Dom Luiz, Príncipe com estatura de estadista

Dom Luiz, Príncipe com estatura de estadista
Continua a ecoar largamente pelo mundo a já célebre frase do Rei de Espanha, Don Juan Carlos - "por que no te callas?" - dirigida ao caudilho venezuelano, Hugo Chávez (leia o post O Rei manda o tirano calar-se).

Há músicas, toques de celular, comentários políticos, jornalísticos, aplicações da frase a outros personagens, debates televisivos, etc. Ficou, sobretudo, a certeza de que foi necessária a tradição e a dignidade da instituição real para, finalmente, com as simples e determinadas palavras do monarca, calar e desconcertar a Chávez.

Chávez repete todos os dias diatribes e impropérios contra o monarca espanhol. Em vão! A cada um deles se afunda mais e passa recibo da humilhação que recebeu (leia o post Por que não te calas?).

Faz falta alguém com a estatura do Rei
João Mellão Neto, em artigo para o jornal O Estado de S. Paulo (23.nov.2007), A força moral de um rei, ao comentar a mencionada frase do Rei espanhol, destacou: "É preciso, para o bem das instituições democráticas, que, pairando sobre tudo, exista a figura impoluta de um rei, a cuja autoridade moral sempre se pode recorrer em momentos críticos. Além disso, todos os reis são cercados de alguma pompa, fausto e cerimônia. Nada melhor do que isso para representar, de forma condizente, os valores e a força de uma nação".

Faz falta, em nossa tão maltratada Nação, alguém com a estatura moral demonstrada pelo monarca espanhol no episódio, afirmou ainda João Mellão Neto. E completou: apesar de não ser monarquista, defenderia a restauração da monarquia no País se soubesse existir na Família Imperial brasileira a figura de um Príncipe com ascendência moral inconteste sobre o povo brasileiro, pois ele personificaria todos os valores e instituições do Brasil.

"Aqui nós temos uma missão"
A Folha de S. Paulo (25.nov.2007), apresenta a figura desse Príncipe, Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, em uma reportagem de Sylvia Colombo, de quase uma página do Caderno Mais!, dedicado à vinda da Família Real portuguesa para o Brasil:

  • "Não foram só os antichavistas que acharam merecido o "por que não te calas?" endereçado pelo rei espanhol Juan Carlos ao presidente venezuelano.

    Numa grande, porém discreta, casa no bairro do Pacaembu (São Paulo), onde funciona a sede da Casa Imperial do Brasil, dom Luiz de Orleans e Bragança, 69, viu no episódio um bom sinal.

    "A repercussão mundial da fala do rei mostra o carisma que a monarquia ainda possui. Chávez é um demagogo mal-educado, mas, quando apareceu o rei da Espanha, com séculos de tradição atrás de si, ele se sentiu inibido", disse, em entrevista à Folha, na sala decorada com brasões do império.

    O príncipe herdeiro da coroa brasileira é um homem de traços europeus e membro da TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade), instituição ultraconservadora católica.

    Dom Luiz é bisneto da princesa Isabel e trineto de dom Pedro 2º. Nascido na França, para onde a família real foi obrigada a se exilar por ter sido banida pela República, veio ao Brasil pela primeira vez quando já tinha 7 anos.

    "Lembro-me como se fosse hoje. Foi durante a Segunda Guerra Mundial, e me recordo das pessoas no navio comemorando quando o Japão pediu a paz. Quando cheguei ao Rio, havia uma névoa, e só se podiam ver nesgas do Pão de Açúcar. E eu, que até então me sentia totalmente em casa na França, pensei: 'Aqui nós temos uma missão'." ....

    Bem mais conservador que a linhagem de Petrópolis - à qual pertence, por exemplo, o festeiro e parlamentarista dom João, de Paraty -, o ramo de Vassouras dedica-se à divulgação da causa monarquista e à arregimentação de defensores do regime pelo país.

    Em 1987, durante a Assembléia Nacional Constituinte, dom Luiz escreveu cartas aos parlamentares brasileiros para pedir o fim da cláusula pétrea, que dizia que não podia ser colocada em discussão a forma republicana de governo. "Eu defendia que a cláusula era sumamente contrária aos princípios democráticos que os próprios parlamentares diziam professar. Afinal, era uma injustiça permitir que o Partido Comunista existisse e não permitir a existência dos monarquistas."

    Já em 1993, quando houve o plebiscito para decidir entre os três sistemas - presidencialista, parlamentarista e monarquista -, dom Luiz e seus irmãos se engajaram na luta por este último. ....

    Para ele, a forma ideal para o Brasil seria uma monarquia constitucional parlamentar.

    "O ideal seria que o regime tivesse algo de monárquico, algo de aristocrático e algo de democrático, com um Senado vitalício, uma Câmara de deputados eleita a cada quatro ou cinco anos, um Judiciário e um Legislativo independentes e um Executivo exercido por um primeiro-ministro, indicado pelo soberano, de acordo com a maioria parlamentar do momento. Além do Poder Moderador, que era algo genial que nossa Constituição do império tinha e que depois outros países, como a França, quiseram copiar", diz.

    Dom Luiz é também um entusiasta defensor das iniciativas de dom João 6º.

    "É preciso reforçar que dom João 6º não saiu fugido do Brasil, nem que era um bobalhão, como se diz hoje. As pessoas também falam que era um sujeito indeciso, mas a verdade é que era um tipo tranqüilo, que tocava as coisas com muita esperteza. Foram impacientes com ele. É verdade que não era um homem bonito, não podia ser considerado um Adônis, mas até aí..."

    Na comemoração dos 200 anos da vinda da família real, dom Luiz diz que gostaria de ser ouvido e que se pensasse em reescrever os livros escolares de história. "Houve uma campanha sistemática para denegrir nosso passado imperial e os grandes vultos desse período. Depois vieram os marxistas, que, com sua visão dialética, só vêem a luta de classes, e nunca a paz"."
Cadastre seu email aí ao lado e receba atualizações deste blog.

Despesas secretas: crime de responsabilidade

Despesas secretas: crime de responsabilidade
"Lula afirma que não consegue governar se não gastar". Esta manchete do jornal O Globo refere-se a mais uma das pérolas do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Certamente para justificar a aprovação da CPMF.

A frase é de uma desfaçatez sem igual e nos leva a pensar em como se dão os gastos deste governo, especialmente os da Presidência da República.

O mistério dos cartões corporativos
Há muito tempo que os cartões corporativos da Presidência constituem um mistério. Somas elevadíssimas (boa parte em dinheiro vivo, retirado em caixas eletrônicos), sem justificativas plausíveis.

Lembram-se que a Ministra Dilma Roussef chegou a reconhecer terem sido utilizadas notas frias para justificar gastos com esses cartões? Grave, não é? Mas poucos parecem se preocupar. Ora, toda a preocupação é pouca.

Não se esqueçam de que o governo Lula, não é um governo apenas (!) com escândalos de corrupção, infelizmente tão comuns na política. Muitos de seus antigos integrantes, bem como dirigentes do partido do Presidente, o PT, foram denunciados ao Supremo Tribunal Federal por constituírem uma "organização criminosa" dentro do Estado, com o fito de se perpetuar no poder.

Voltemos, pois, aos cartões corporativos e a seus misteriosos gastos.

O Planalto nega informações solicitadas
O Senador Álvaro Dias, do Paraná, vice-presidente do Senado Federal, tem-se batido para esclarecer esses gastos dos cartões corporativos, que no ano passado atingiram a modesta cifra de 33 milhões de reais.

Só a Presidência da República, gastou 4,9 milhões de reais, dos quais 4,8 milhões são considerados sigilosos sob o manto da segurança do Estado brasileiro. Onde foi parar esse dinheiro?

Por esse motivo o Senador requereu há dias à Mesa do Senado o encaminhamento de um ofício à ministra da Casa Civil Dilma Rousseff e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertindo-os de que poderão estar incorrendo, com base na Constituição, em crime de responsabilidade ao negar as informações solicitadas por ele sobre gastos com cartões corporativos.

Desculpas esfarrapadas
Em pronunciamento no Senado, Álvaro Dias, indagou o porquê de tanto mistério. E acrescentou: "Por que o Presidente da República não admite que o Senado Federal, valendo-se de dispositivo constitucional, possa saber onde gasta o Presidente e sua entourage?”

O senador recordou ainda que, após seu primeiro requerimento, a Casa Civil respondeu que, como havia muita documentação, era impossível encaminhar tudo ao Senado (!). Linda desculpa, não acham?

O Senador Álvaro Dias designou, então, um auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) para analisar a documentação no próprio Palácio do Planalto. Mas este foi impedido de fazer seu trabalho, sob a alegação de que os documentos eram sigilosos. Outra pérola (!)

Após um parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) a respeito da juricidade do pedido, o Senador Álvaro Dias declarou: “O simples fato de as despesas se revestirem de caráter reservado não tem o condão de impedir o acesso do Congresso aos respectivos documentos. Não estamos na Venezuela. Só o Sr. Hugo Chávez pode colocar-se acima da lei; o presidente Lula ainda não”.

"Está patente que há algo a esconder".
Em artigo escrito para a imprensa, Despesas secretas: crime de responsabilidade?, o Senador Álvaro Dias afirma:

  • "Não há outra qualificação possível para os gastos públicos realizados pelo Governo do Presidente Lula nos últimos anos: excessivos, desmesurados e sem precedentes na história republicana. Há uma vocação implacável pelo gasto supérfluo. ....

    O apetite voraz das hostes governamentais levou ao aparelhamento da máquina de Estado numa escala de 24 mil novos cargos comissionados. Dentre esses, 47% dos ocupantes dos cargos de confiança - os detentores dos chamados DAS – são sindicalistas oriundos da CUT e simbioticamente ligados ao Presidente da República e ao Partido dos Trabalhadores.

    A gastança desenfreada observada ao longo da administração do presidente Lula foi direcionada para atender a máquina estatal, manobrada pelo presidente e sua numerosa equipe ministerial, de forma no mínimo perdulária. O ciclo de investimentos em setores essenciais - notadamente segurança, saúde e educação - foi relegado a plano mais que secundário.

    O traço esbanjador se mesclou a outra característica fatal ao desempenho de qualquer gestão pública: a leniência com a corrupção. A omissão oficial contribuiu sobremaneira para a eclosão dos maiores escândalos da administração pública brasileira, configurando um cenário de absoluta promiscuidade entre as esferas pública e privada. .... Os gastos do gabinete presidencial evoluíram vertiginosamente: de 223 milhões de reais, em 2003, para 350 milhões nos dias que correm. Há ítens surreais no rol de despesas palacianas. ....

    O desvirtuamento é generalizado. O contingente de assessores particulares mais que duplicou; a residência oficial do Alvorada já abriga quase uma centena de servidores.

    Os excessos e o malgastar não traduzem por completo o perfil da gestão temerária e malbaratada do atual governo. A caixa-preta dos cartões corporativos é um capítulo à parte dessa triste realidade. No ano passado, o Governo gastou a bagatela de nada mais nada menos que 33 milhões de reais mediante o uso dos cartões corporativos. A Presidência da República, especificamente, ‘queimou’ 4,9 milhões de reais, dos quais 4,8 milhões são considerados sigilosos sob o manto da segurança do Estado brasileiro. São despesas de caráter pessoal que não se submetem ao crivo de qualquer instância, nem mesmo do Parlamento.

    Os requerimentos de minha autoria que objetivavam acessar a contabilidade dos cartões corporativos não lograram êxito. ....

    Os repetidos equívocos do Governo em sonegar ao Senado as informações requeridas constituem flagrante afronta à Constituição do País. Os gastos da Presidência da República não pairam acima do ordenamento jurídico e do controle público.

    Está patente que há algo a esconder. As autoridades instaladas na sede do Poder Executivo são refratárias à fiscalização e ao controle de auditoria. Não capitulei diante das reiteradas negativas. ....

    Reiteramos o pedido de informações, cujo eventual não-atendimento tem graves implicações legais, podendo, inclusive, ensejar crime de responsabilidade."
Essas graves implicações legais, a que se refere o Senador, podem levar até ao impeachment. Por bem menos o ex-Presidente Collor foi submetido a esse processo. É um caso a ser seguido de perto!

Cadastre seu email aí ao lado e receba atualizações deste blog.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

A democracia brasileira corre risco

A democracia brasileira corre risco
Recebi diversos comentários sobre a importância e objetividade do último post Lula e a destruição da democracia.

É fora de dúvida que estamos assistindo a uma perigosa deterioração do regime dito democrático. E Lula deu um passo significativo e simbólico nessa marcha ao elogiar incondicionalmente o regime ditatorial de Chávez como "democrático" (ver post Lula o "chavista" dissimulado).

Apoio que o neo-ditador venezuelano aproveitou e agradeceu com estardalhaço, como tive também oportunidade de comentar no post Chávez comemora apoio de Lula.

Lula mais perigoso do que Chávez
Decidi, então, voltar ao tema, pois é necessário alertar para a gravidade do que está ocorrendo atualmente no Brasil. Para alguns talvez de modo despercebido.

O título que dei a este comentário, A democracia brasileira corre risco, poderá parecer alarmista, mas ele não é de minha autoria. Extraí a frase do editorial do Estado de Minas (16.nov.2007) Lula igual a Chávez?.

Se há uma coisa de que não se pode acusar os mineiros é de serem exagerados ou amigos do estardalhaço. Pelo contrário, é proverbial seu comedimento e seu aguçado tino político, o que torna especialmente importante o mencionado editorial, o qual, com perspicácia, afirma que o "simpático Lula" às vezes dá a impressão de ser mais perigoso do que Chávez:

  • "O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve esclarecimentos convincentes a respeito da defesa que fez do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, contra o puxão de orelhas com que o rei Juan Carlos, da Espanha, mandou o coronel caudilho fechar sua desrespeitosa matraca, durante reunião de chefes de estado, no Chile. A fala de Lula deixa qualquer brasileiro medianamente informado e livre para exercer um mínimo de crítica com o direito de chegar a duas conclusões: Lula é exatamente igual a Chávez e, a segunda, a democracia brasileira está correndo risco maior do que imaginam os pessimistas.

    Pode-se compreender a missão diplomática e moderadora que cabe ao presidente brasileiro nessa hora de ânimos exaltados. A América Latina passa por momento político delicado, com a retomada, em alguns países, do populismo exacerbado. Parece estar se repetindo, em alguns casos, um processo político com viés autoritário que, no século passado, gerou ditaduras com marcante contribuição ao atraso e à manutenção da pobreza no subcontinente. A Lula cairia bem, então, o papel de bombeiro. Quando nada para servir de interlocutor entre o destempero do midiático Chávez e o mundo civilizado. Mas está longe disso a manifestação do presidente brasileiro.

    Ao contrário, o presidente não se limitou a produzir uma versão inverídica e ingênua do episódio, na tentativa de diminuir sua importância. Foi além, aplaudindo o regime e os atos chavistas em direção a uma ditadura de conseqüências ainda imprevisíveis. .... Lula considera modelo de democracia o esquema de plebiscitos e referendos populares, tão ao gosto de Chávez e dos golpistas que usam a democracia para acabar com ela.

    Lula, se não se explicar melhor, terá, na verdade, revelado uma visão de democracia limitada pela simples falta de conhecimento ou, pior ainda, distorcida por um desvio ideológico que andava camuflado na pele de cordeiro, conveniente às disputas eleitorais. .... É a ponta do iceberg que começa pelo afago aos donos do capital financeiro, passa pela farta distribuição de bolsas-esmola para a base da pirâmide – a mesma que será chamada ao plebiscito –, esmaga o segmento crítico da classe média e termina com o total esvaziamento da representação congressual republicana. Anula a oposição institucionalizada e cala a capacidade de reação da sociedade civil organizada. Longe da truculência de Hugo Chávez, o simpático e cativante Lula dá, às vezes, a impressão de ser ainda mais perigoso do que ele."
Cadastre seu email aí ao lado e receba atualizações deste blog.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Lula e a destruição da democracia

Lula e a destruição da democracia
Quem analisa as práticas políticas do lulo-petismo pode achá-las desencontradas, sem nexo, até mesmo caóticas. Entretanto, basta um pouco de atenção para ver que há método nessa loucura.

Lula não governa, mas "paira" sobre a cena política, como um líder populista, que não desce jamais do palanque. Lula discursa! Lula fala! Lula anuncia! Num ritual calculado de ufanismo carismático.

Tudo calculado
Lula anuncia projetos que não se realizam, alarga sem parar programas assistencialistas como o bolsa-família, faz análises primárias sobre situações complexas, recheia suas falas de metáforas populacheiras, demonstra ignorância (às vezes real, às vezes pensada) sobre assuntos difíceis, apresenta-se como o refundador da Nação: "Nunca antes neste País..." é o seu bordão. Tudo calculado.

Finge-se desligado das tramas baixas da política, diz-se traído quando "companheiros" são ineficazes nos grandes golpes da corrupção, assiste inerte à violação da ordem por seus amigos dos movimentos sociais, faz agrados à burguesia financeira, incentiva as práticas fisiológicas mais escancaradas, como compra de parlamentares, desmoralizando assim as instituições e desmobilizando as oposições. Tudo calculado.

Assessorado por uma máquina de propaganda sem paralelo, a qual cria em torno dele um ambiente triunfalista, Lula viaja sem parar e exibe feitos diplomáticos que pouca ou nenhuma consistência têm, projetando-se com um líder mundial em defesa dos "pobres" contra os países ricos. Tudo calculado.

Permanência no poder: a grande meta
Tudo calculado para quê? Para se perpetuar no poder, como o grande líder, "pai" dos pobres e refundador da "democracia". Democracia que para ele, como para o lulo-petismo, tem um significado diverso da que tem para nós, os comuns mortais. Por isso Lula afirma, alto e bom som, que na Venezuela de Chávez há democracia demais! (leia abaixo os posts Lula, o "chavista" dissimulado e Chávez comemora o apoio de Lula).

Arnaldo Jabor, em seu artigo A irresistível sedução do terceiro mandato, publicado no jornal O Globo (20.nov.2007), traça um quadro pertinente do modo como Lula anestesia politicamente a sociedade, desmoraliza a democracia representativa e vai construindo, de modo "light", o chavismo em nosso País. Eis alguns trechos:

  • "Um país é como uma pessoa. Tem traumas infantis, tiques nervosos, tem doenças genéticas e até venéreas. Há pessoas expansivas, transparentes, ingênuas. Há pessoas dissimuladas, que disfarçam bem suas perversões. ....

    Lula sabe usar muito bem nossa ignorância política, fingindo até participar dela, logo ele, um Maquiavel do ABC, como acabou de fazer na defesa de Chávez, o fascista da Venezuela, misturando ditadura com parlamentarismo, de propósito, para confundir a "massa".

    A ignorância do povão analfabeto e a desinformação confusa da classe média são seus principais instrumentos de poder. Somos um povo que reclama, mas sem massa crítica, com rasa formação política.

    A estranha ideologia do lulo-sindicalismo está corrompendo o Legislativo e a opinião pública sem mexer, claro, na superestrutura financeira do País - Lula agindo como um Napoleão III do sertão. Ele se coloca como que "acima" da política, essa coisa "menor", pairando num "bonapartismo molenga" que trabalha na desmoralização da democracia representativa. ....

    Não é que a oposição (o vago PSDB e o pálido DEM?) foi destruída por um ataque direto. Não. Ela está sendo desossada, engolida por uma maré venenosa de alianças corruptas, de conformismo, de obediência, de oportunismos atendidos. A oposição sumiu como uma pedra que afunda no meio de um terreno que apodrece em volta.

    O lulo-sindicalismo cria aos poucos uma moleza na sociedade civil que, como não há crise econômica, vai perdendo a clareza de opiniões. É o chamado "efeito desalento": a sensação de que tudo é "assim mesmo no Brasil", que não adianta reclamar nem denunciar nada. ....

    Outra descoberta do lulo-sindicalismo é o "efeito da confusão proposital de informações". Como é difícil a leitura da complexidade administrativa do País, nada se explicita para a população. Na crise aérea tem sido assim, na listagem real das obras do governo, de projetos administrativos. A idéia de reformar, essencial no País, é jogada para córner, e os portos, estradas, gargalos, burocracia, tudo fica intocado, dissimulado pelo marketing, com ministros anunciando obras nem começadas (transposição do Rio São Francisco, por exemplo), nada sendo feito, mas tudo sendo anunciado, pois descobriram, maravilhados, que mesmo sem sair coisa alguma do papel, basta a divulgação. ....

    O governo Lula tem o álibi de ser um governo "do povo". Assim ele pensa, assim pensam os empregados públicos na máquina, assim pensam os intelectuais dualistas. O discurso oficial ideológico é um sarapatel de idéias. É uma cepa herdada (resistente a antibióticos) de um autoritarismo leninista, que cruzou com o germe do sindicalismo oportunista, com o stafilococus do populismo pós-getulista, formando um novo tipo de micróbio que, com a baixa imunidade da democracia representativa, se espalha de forma letal. ....

    Creio que neste discurso de Lula se inicia uma nova etapa, em direção a uma provável tentativa de terceiro mandato, apesar de todas as denegações que, como sabemos, são o avesso da afirmação de um desejo."
Sim, a defesa ardorosa de Chávez contra o Rei Juan Carlos e da democracia do regime chavista parecem ser a inauguração de uma nova etapa do lulo-petismo. É preciso estar alerta.

Mas o lulo-petismo tem pouca base na realidade viva da Nação. Lula tremeu e se desconcertou com a vaia do Maracanã. Ante a indignação do País, Lula se escondeu após o acidente fatal da TAM, para dar apenas dois exemplos recentes.

Lula vive da propaganda. Se alguém souber furar esse balão, acontecerá com Lula o que aconteceu com Chávez diante da frase do Rei: Por que não te calas? (ver post O Rei manda o tirano calar-se).

Cadastre seu email aí ao lado e receba atualizações deste blog.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Pe. Lancelotti, a "esquerda católica" e o PT

Pe. Lancelotti, a "esquerda católica" e o PT
Se há uma história que está bem longe de ser esclarecida é a do Pe. Júlio Lancelloti.

Grande ídolo da "esquerda católica" e da Teologia da Libertação, ligado aos movimentos sociais e muito próximo ao PT, o Pe. Lancelloti sempre foi conhecido por sua "opção preferencial pelos pobres". Opção que, utilizando e manipulando a condição dos menos favorecidos, busca a subversão de todos os valores morais e sociais que a Igreja sempre pregou. A teologia marxista condenada de há muito.

Frei Betto, um dos próceres de tal teologia (para chamá-la assim) considerava o Pe. Lancelloti um "santo" moderno. Este "santo", fiel a certas doutrinas da esquerda e em nome dos "direitos humanos", fez sistematicamente um trabalho em prol dos marginais e agressivo em relação às autoridades policiais.

Escândalo abala "esquerda católica"
Estourou, finalmente, um escândalo. Um escândalo que inclui envolvimento com ex-internos da Febem, protegidos do Pe., denúncias de pedofilia e de relações homossexuais, chantagem, desvio de vultosas verbas de ONGs. Tudo muito longe de ser esclarecido.

Chamou a atenção o engajamento de líderes da "esquerda católica" em defender incondicionalmente o Pe. Lancelloti, inclusive o Arcebispo de S. Paulo, D. Odilo Scherer.

Chamou igualmente a atenção o afã com que o PT se apressou em sair em defesa do Pe. Lancelloti. Greenhalg, eminente petista, foi nomeado para entrar no caso como advogado de defesa. O mesmo Greenhalg que Lula se apressou em chamar para "esclarecer" o assassinato do Prefeito de Santo André.

A propósito deste rumoroso caso, o doutor em jurisprudência pela Universidade de Urbino (Itália), e especialista em Direito Canônico, Francesco Scavolini, escreveu na Folha de S. Paulo (19.nov.2007) o contundente artigo Sujeira na Igreja:

  • ""Quanta sujeira existe na igreja! Até mesmo no meio daqueles que, sendo sacerdotes, deveriam pertencer inteiramente a Deus". Essas palavras foram pronunciadas pelo então cardeal Ratzinger durante a meditação da Via Sacra no Coliseu, em Roma, na Sexta-Feira Santa de 2005, poucos dias antes da morte do papa João Paulo 2º.

    É provável que, com as referidas palavras, o futuro Papa quisesse referir-se não somente aos casos de abuso sexual envolvendo o clero mas também aos desvios e erros doutrinários com graves conseqüências éticas e morais para a vida da igreja e da sociedade. ....

    Infelizmente, parece que, no Brasil, algumas das autoridades da Igreja Católica nem sempre seguem o exemplo da Santa Sé.

    Por exemplo, se essas autoridades tivessem punido e afastado o padre Lancelotti uns anos atrás, quando ele, violando as normas canônicas, apoiou pública e abertamente, tanto em 2000 como em 2004, a candidata a prefeita Marta Suplicy (Marta, que defendia e defende ainda hoje o aborto, o divórcio, o casamento entre homossexuais, a descriminalização das drogas, foi fazer até comício dentro da igreja do padre Lancelotti, no altar, tendo ao lado o mesmo padre, que pedia votos para ela), teriam certamente cumprido sua tarefa de preservar o povo católico e a sociedade de gravíssimos desvios éticos e morais, poupando também a igreja do grave escândalo que a atinge.

    De fato, a principal função do magistério eclesiástico é a de guiar o povo de Deus no caminho da fé. Contudo, parece que alguns desses guias perderam, eles mesmos, o rumo.

    Vou citar somente um exemplo. Em agosto de 2005, no cume da crise de corrupção que aturdia o governo, o presidente Lula, buscando o apoio da igreja, enviou uma carta à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) em que, reafirmando explicitamente o seu catolicismo, não só tomou posição em defesa da vida em todos os seus aspectos e em todo o seu alcance mas também prometeu que o seu governo não tomaria nenhuma iniciativa que contradissesse os princípios cristãos.

    Música para o ouvido dos bispos e do povo católico, não fosse que, um mês mais tarde, o governo Lula decidiu apresentar ao Congresso, por meio da ministra Nilcéa Freire, o projeto para a liberação do aborto.

    Esse projeto, incorporado ao texto do substitutivo da então relatora Jandira Feghali, está em tramitação no Congresso e permite a descriminalização total e absoluta do aborto (sim, caro leitor, se o referido projeto for aprovado pelo Congresso, qualquer bebê poderá ser eliminado até poucos minutos antes do nascimento sem que os matadores sejam punidos).

    E o católico Lula, será que foi punido por ter enganado a igreja ? Não, caro leitor, mesmo depois de tudo isso, mesmo depois de ter sancionado a lei que permite a manipulação e a destruição de embriões humanos, mesmo depois de ter recentemente chamado de hipócrita a igreja, o católico Lula, bem como o católico Lancelotti, não foi punido pela igreja.

    Lula, aliás, foi premiado com a recente visita do ex-arcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes, que foi celebrar missa para o presidente e uns poucos convidados na capela do Palácio da Alvorada e, durante a homilia, comparou Lula a Jesus."
Cadastre seu email aí ao lado e receba atualizações deste blog.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Chávez comemora apoio de Lula

Chávez comemora apoio de Lula
A defesa feita pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva do regime ditatorial que Hugo Chávez está a ponto de instaurar na Venezuela, com sua nova reforma constitucional, foi comemorada com euforia pelo caudilho.

Lula afirmou que não é possível criticar a Venezuela por falta de democracia, e defendeu o regime de democracia popular (plebiscitismo), em que o líder governa as massas por consultas diretas, prescindindo dos mecanismos próprios ao Estado democrático de Direito (veja o post abaixo Lula, o "chavista" dissimulado).

Defesa de Chávez e de si mesmo
As declarações presidenciais são graves, por diversas razões. Antes de mais, pela defesa de um regime ditatorial que tanta relação diplomática e ideológica mantém com o Brasil. Depois, porque qualquer pessoa, com um mínimo de perpcepção, vê que a defesa de Lula é também em causa própria e visa justificar um eventual golpe "democrático", que mude as regras institucionais do regime constitucional que Lula jurou defender ao se tornar Presidente.

"Todas as declarações que Lula fez anteontem a propósito dos esforços de seu amigo Hugo Chávez para perpetuar-se no poder servem, à perfeição, para o próprio Lula", advertiu o insuspeito Clóvis Rossi, na Folha de S. Paulo (16.nov.2007).

Lembrem-se, o PT no seu 3º Congresso fez voltar o socialismo a suas metas programáticas e pediu a realização de uma Constituinte da reforma política (veja o post O homem do partido e o partido do homem).

Declarações sob medida
As declarações de Lula vieram a calhar para Hugo Chávez. O Presidente da Venezuela comemorou a preciosa defesa feita pelo "companheiro" petista como um aval a seu modelo socialista, que qualificou como "eminentemente democrático".

Após elogio, Chávez pede aplausos a Lula, é o título da matéria da Folha de S. Paulo (16.nov.2007) que noticia o fato:

  • Hugo Chávez comemorou ontem as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nas quais o brasileiro diz que não é possível criticar a Venezuela por falta de democracia.

    Ao participar de um programa de rádio, Chávez -em campanha pela reforma constitucional que prevê o direito de reeleição ilimitada- leu ao vivo as frases do presidente brasileiro em sua defesa e completou: "Nosso modelo socialista é eminentemente democrático".

    Um dos trechos mais festejados por Chávez foi a definição de democracia apresentada por Lula com base no exemplo da Venezuela: "Eu acho que na democracia é assim, a gente submete aquilo que a gente acredita ao povo e o povo decide e a gente acata o resultado. Porque senão não é democracia". ....

    O informe também relata que "o chefe do Estado venezuelano destacou o companheirismo de Lula da Silva" e afirma que Chávez deixou claro que "o modelo socialista que está em construção na Venezuela e que se fortalecerá com a aprovação do projeto de reforma constitucional apresentada em agosto passado e que será submetida a referendo no próximo dia 2 de dezembro é eminentemente democrático".

    A Venezuela enfrentou protestos de estudantes e entidades sociais contra a reforma constitucional proposta por Hugo Chávez.
Cadastre seu email aí ao lado e receba atualizações deste blog.

Lula, o "chavista" dissimulado

Lula, o "chavista" dissimulado
Inventem outra coisa para criticar o Chávez, mas por falta de democracia não é!

A frase, só podia ser do Presidente Lula, o perpétuo defensor de Hugo Chávez, o neo-ditador venezuelano.

A ilusão das duas vias
Tem-se repetido, quase à exaustão, que Chávez e Lula representariam, na América do Sul, duas fórmulas da esquerda. A primeira populista e autoritária e a segunda democrática e moderada. Vã ilusão.

Se Lula ainda não enveredou pelo caminho de Hugo Chávez é porque as condições políticas não lhe permitiram. Na verdade, Lula sempre está ao lado de Chávez para defendê-lo e justificar os atos mais arbitrários e autoritários de seu governo. A defesa feita hoje do "companheiro" Chávez é a justificação de amanhã para si próprio. Chávez é hoje o que Lula pretende ser amanhã!

A neo-ditadura do "socialismo do século XXI" é também o sonho de Lula.

Defesa velhaca
As declarações presidenciais aparecidas na imprensa são altamente significativas. Por isso as intercalei com comentários que vão em azul. A matéria, assinada por Tânia Monteiro, é do jornal O Estado de S. Paulo (15.nov.2007):

  • Em meio ao debate sobre o bate-boca entre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o rei da Espanha, Juan Carlos, ocorrido sábado, em Santiago (Chile), durante a Cúpula Ibero-Americana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu ontem em defesa do colega do país vizinho. “Podem criticar o Chávez por qualquer outra coisa, inventem uma coisa para criticá-lo; mas por falta de democracia na Venezuela, não é”, disse.

    Numa entrevista no Itamaraty, onde almoçou com o presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo Nino Vieira, Lula afirmou que não faltam democracia e discussão na Venezuela. “Democracia é assim: a gente submete aquilo que acredita, o povo decide e a gente acata o resultado. Se não, não é democracia.”

    Vejam o simplismo malandro. Houve eleições, há democracia. Antes de tudo, Lula sabe bem que todas as eleições e votações na Venezuela estão envoltas em graves suspeitas, inclusive de não haver segredo de voto. Além disso, ainda que um governante tenha sido eleito democraticamente, ele pode depois vir a tomar medidas autoritárias e até ditatoriais. É o que Chávez está fazendo. E é o que Lula fará, se puder. Hitler também foi eleito e se tornou um tirano, e na União Soviética, em Cuba, na Coréia do Norte também se realizavam eleições.

    Mas a frase encerra ainda a trampa da "democracia direta", em que o líder carismático governa por consultas populares, prescindindo de todas as instituições: "A gente submete aquilo que acredita, e o povo decide".

    Reinaldo Azevedo alertou em seu blog: "O regime democrático também se pauta pela estrita observância das leis e por alguns princípios consolidados em instituições. Ademais, traz consigo um conjunto de valores. A consulta popular, não custa notar, é apenas um dos aspectos do regime democrático. E se a "população" optasse pelo linchamento de bandidos, amputação de membros ou coisa pior? Será ou não a vontade democrática? Na frase de Lula também cabe a obsolescência do Congresso. Para quê? O povo decide".

    [Lula] voltou a comparar a continuidade de Chávez no governo com a permanência de outros dirigentes europeus em seus cargos. “Por que ninguém se queixa quando Margaret Thatcher (ex-primeira-ministra britânica por 11 anos) ficou tanto tempo no poder?”, indagou.

    Diante da observação de repórteres de que eram situações distintas, o presidente reagiu: “Distintas por quê? É continuidade. Não tem nada de distinto. Muda apenas o sistema. Muda apenas de regime presidencialista para parlamentarista. Mas o que importa não é o regime, é o exercício do poder.”

    Lula passou, então, a citar o nome de outros chefes de governo que ficaram por muitos anos em seus cargos. “Ninguém se queixa do Felipe González (ex-primeiro-ministro espanhol), do Mitterrand (François Mitterrand, ex-presidente da França) e nem do Helmut Kohl (ex-primeiro-ministro da Alemanha), que ficou 16 anos no poder.”

    A comparação do Presidente Lula parece nascida da ignorância, mas está mais com cara de velhacaria. Ele sabe bem que nenhum dos citados, seja presidente, seja primeiro-ministro, exerceu o poder como em um regime presidencialista em que um mandatário reune em si a chefia do governo e do Estado.

    Os primeiro-ministros não são sequer eleitos, são seus partidos que são vencedores em eleições parlamentares. E podem ser derrubados a qualquer momento bastando para isso um voto de desconfiança do Parlamento.

    Além disso, nenhum deles, no exercício do poder, refez constituições a seu bel prazer, fechou órgãos de imprensa, armou milícias civis para reprimir opositores, dominou o Judiciário a ponto de nomear ou demitir qualquer juiz, como faz Hugo Chávez, entre outras tantas coisas.

    Para o presidente, é preciso respeitar a autonomia e soberania de cada país. “Se nós dermos menos palpites nas regras do jogo de outros países e olharmos o que estamos fazendo, todos nós sairemos ganhando”, disse.

    “Mas, se a gente achar que pode dar palpite em tudo e que só pode acontecer no mundo o que a gente quer, seremos eternamente infelizes.” E prosseguiu: “É melhor que os outros decidam os seus destinos e nós decidamos os nossos”.

    Notem bem a contradição: Lula diz que não devemos dar palpite, mas ele acaba de defender e elogiar a ditadura chavista, como "democrática". Ou seja, dar palpite. Ou será que para Lula dar palpite é apenas criticar? Há mais. Ele defendeu justamente Hugo Chávez por se ter pronunciado sobre a realidade política da Espanha, ao chamar de "fascista" o ex-primeiro ministro Aznar.

    Notem ainda a frase pronunciada em tom de conselho benevolente: "É melhor que os outros decidam os seus destinos e nós decidamos os nossos". Mais uma enganação.

    Porque não foi assim quando Lula enviou Marco Aurélio Garcia à Bolívia, para pressionar o Presidente Sanchez de Lozada (eleito democraticamente) a renunciar, sob ameaça de convulsões sociais.

    Também não foi assim quando Lula utilizou o Grupo de países amigos da Venezuela para favorecer Chávez e prejudicar a oposição.

    Uma vez mais não foi assim quando Lula foi à Síria, e ao lado do ditador Bashar Assad, fez um violento discurso contra o Estado de Israel. E vamos parar por aqui.

Quem teve a oportunidade de ver a breve entrevista de Lula percebeu que o Presidente, literalmente, atropelou os jornalistas, não lhes permitindo quase questionamentos. Afinal não poderia ser contraditado e ver expostos seus sofismas malandros, perpassados por um cinismo desavergonhado.

Alguém ainda pode ter dúvidas de qual o futuro que Lula e o PT desejam para o Brasil? Só uma dose inimaginável de ingenuidade ou de cegueira pode impedir de ver o óbvio. O ideal de Lula é a ditadura chavista, que ele chama de "democracia".

Cadastre seu email aí ao lado e receba atualizações deste blog.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Por que não te calas?

Por que não te calas?
Estava demorando mas chegou! Lula saiu em defesa de Chávez.

O Presidente não podia deixar o "companheiro" ideológico entregue ao escárnio universal. Depois de Fidel Castro, foi a vez de Lula justificar a atitude insolente do ditador venezuelano, na recente cúpula Ibero-americana, que levou o Rei de Espanha a proferir a frase que fechou a boca de Hugo Chávez e já se tornou célebre: "Por que não te calas?"

Frase que interpretou o sentir de milhões
A frase correu o mundo como um corisco, porque ela interpretou o sentimento de inconformidade de milhões de pessoas pelo orbe, desde os espanhóis, é claro, até os venezuelanos massacrados pelo regime arbitrário de Chávez e, por fim, gente de todas as partes, especialmente da América Latina, que se regozijaram de ver um Rei, do alto de sua dignidade, mandar calar um tiranete desqualificado.

Com inteiro propósito ressaltou Gilles Lapouge, correspondente do jornal O Estado de S. Paulo em Paris, que o Rei da Espanha "disse alto e bom som o que muitos europeus pensam, mas não falam". E muitos latino-americanos também, inclusive brasileiros, completo eu.

A interpelação do Rei Juan Carlos transformou-se num sucesso da internet, foi lançada como toque de celular e, segundo o jornal espanhol El País, milhões de internautas já tinham visto as mais de 300 versões do vídeo (leia o post aí em baixo O Rei manda o tirano calar-se).

Além disso, a frase tornou-se um slogan de campanha da oposição pelo "não" à nova Constituição chavista, na Venezuela.

O golpista acusa de golpe
Em Notas & Informações, intitulada "Por que não se cala?", o jornal O Estado de S. Paulo (13.nov.2007) assinala:

  • Foi o rei da Espanha, Juan Carlos I, que assegurou seu lugar na história contemporânea ao liderar a transição pacífica do regime franquista para a democracia em seu país, quem ganhou as manchetes ao mandar Hugo Chávez calar a boca: Por que não se cala?” ....

    Chávez chamava de fascista o antecessor de Zapatero, José Maria Aznar, do conservador Partido Popular, que ascendeu ao poder em eleições livres, governou a Espanha de 1996 a 2004, dentro dos estritos cânones democráticos, e transferiu normalmente o governo ao adversário também vitorioso numa eleição livre. Para essa reencarnação mameluca de Mussolini, que acaba de completar o aparato institucional da sua ditadura perpétua, Aznar teria apoiado o golpe de opereta que, em abril de 2002, o afastou por algumas horas do Palácio Miraflores - onde o coronel tentou se instalar pela primeira vez mediante um golpe militar.
    (No domingo, antes de deixar o Chile, ele faria a mesma acusação ao rei Juan Carlos.)

    Como era de esperar, recebeu a solidariedade de Fidel Castro, que não perdoa aos espanhóis, de direita ou de esquerda, o seu empenho em favor dos direitos humanos espezinhados em Cuba ....

    Vai sem dizer que o truculento aspirante a ditador, Hugo Chávez, jamais se pautou por essa norma elementar de convívio político civilizado [o respeito]. Ele é assim, violento por natureza e destituído de senso de medida. ....

    De resto, o comportamento de Chávez, característico dos megalomaníacos, contribuiu para tornar mais espetaculoso o rotundo fracasso da 17ª Cúpula Ibero-Americana
    .
Apesar de tudo isso, Lula, em nome da diplomacia "companheira" veio defender Chávez. Segundo ele não houve exagero por parte de Chávez (não, houve prepotência e arrogância); também acrescentou que "fizemos uma reunião democrática onde todos têm o direito de falar" (exatamente o que Chávez tentava impedir, com sua verborragia autoritária, como todo o mundo pode ver... menos Lula); por fim, segundo Lula, o Rei achou que a fala de Chávez era uma crítica ao ex-primeiro ministro Aznar (o Rei não achou, foi mesmo uma crítica e um insulto de Chávez, que uma vez mais só Lula não percebeu).

Acho que o Presidente Lula também está precisando ouvir um sonoro: Por que não te calas?

Foi mais ou menos o que lembrou Arnaldo Jabor em sua intervenção na rádio CBN: "É pena que não haja um rei português para dar um esculacho na malandragem em Brasília".

Divulgue: clique no envelopinho aí embaixo e envie este post a amigos.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

O 3º mandato voltará!

O 3º mandato voltará!
Quem acompanhou o noticiário nestes dias poderá ficar com a impressão de que a eventualidade do 3º mandato está morta e enterrada.

Não está! Está apenas adiada, é minha convicção.

A mídia noticiou que Lula tinha enquadrado os "companheiros" e o PT para desautorizar o debate e encerrar essa polêmica. Houve até quem afirmasse que a idéia do 3º mandato não vai prosperar "porque Lula disse que não quer".

Quanta ingenuidade.

Manobra ambígua
Na verdade, tratou-se de uma clara manobra de recuo, dentro do cronograma do golpe institucional, em que prevaleceu, uma vez mais, a ambiguidade. Ambiguidade que tem sido uma das principais armas do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (veja os posts Vem aí o golpe do 3º mandato e 3º mandato só com uma revolução).

Não houve da parte do Presidente nem do PT, crítica objetiva ao mérito da proposta, mas apenas à oportunidade da mesma.

Lula afirmou que o Brasil não pode brincar com a democracia. Ora, não é o Brasil que está brincando, mas o PT.

Além disso, o Presidente determinou apenas esvaziar o debate e pôr fim à polêmica, porque ela, nas atuais circunstâncias, lhe é prejudicial: "O momento não é para se discutir esse tipo de assunto", "o Brasil está precisando de tranquilidade para ocupar seu lugar no mundo", afirmou. Atenção: O momento não é... ou seja haverá outro momento em que será!

Por sua vez, Berzoini, após conversa com o Presidente Lula, considerou a discurssão "extemporânea" e "inventada". A polêmica não foi "inventada", mas nascida a partir do ensaio da movimentação petista. E se é "extemporânea", é porque, para Berzoini, deverá voltar na hora certa.

O deputado Maurício Rands (PT) foi igualmente ambíguo: "Se formos perguntar ao povo, pode até ser que a população concorde porque o governo Lula está sendo bom. Mas o PT não pode brincar com um assunto dessa seriedade". Note-se, na pretensa negação do 3º mandato, a afirmação de que o povo pode até ser favorável, abrindo a porta para um "clamor popular" que no futuro venha a "exigir" a re-reeleição.

Enquadrado ou instruído?
É bom ainda recordar que o deputado Devanir Ribeiro (PT), autor da proposta de emenda do plebiscito, não é um franco atirador (um "aloprado" no linguajar presidencial), mas um sindicalista, amigo e íntimo de Lula, de longa data.

Após sua conversa com o Presidente a imprensa o achou "constrangido", apesar dos sorrisos, mas o PT avisou que não obrigará o deputado a retirar a proposta de emenda constitucional, pois como parlamentar eleito pelo povo, tem o direito de propor o que quiser, inclusive "uma bobagem como a atual". Bobagem?!

O PT silencia e tergiversa
É assim a tergiversação do petismo. O deputado foi enquadrado pelo Presidente, ou instruído por ele a agir no momento e do modo certo?

Preparem-se porque a idéia do 3º mandato ainda voltará à baila.

Em importante artigo (Terceiro mandato), publicado no jornal O Estado de S. Paulo (11.nov.2007), Denis Rosenfield faz um enérgico alerta a esse respeito:

  • Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém. A sabedoria popular é da maior valia, sobretudo quando nos defrontamos com o atual governo, que ora diz uma coisa, ora outra, sem a menor preocupação com o princípio de não-contradição. ....

    O presidente Lula anda empolgado com a questão do terceiro mandato. Não deixa de falar no assunto, embora o faça assegurando que jamais disputará a re-reeleição. Ele já se disse contrário ao instituto da reeleição e, no entanto, se recandidatou alegremente. Ninguém o obrigou. ....

    Fiel às suas ambigüidades, Lula dá uma no cravo e outra na ferradura. Declara veementemente que não disputará um novo mandato e, ao mesmo tempo, defende a nova Constituição” venezuelana. Esta, na verdade, viabiliza a ditadura permanente de Hugo Chávez mediante a reeleição sucessiva, a supressão da divisão de Poderes, o controle dos meios de comunicação, a formação de milícias para enquadrar os cidadãos e o poder de destituir governadores e prefeitos. O Banco Central lá se tornará um mero caixa para uso preferencial, se não exclusivo, do “líder supremo”. De fato, a tolerância com Chávez é preocupante, por significar uma anuência com a supressão da democracia por meios democráticos: a democracia totalitária.

    E o que faz o PT? Silencia e tergiversa. O partido, por intermédio de seu presidente, declarou, primeiro, que nada tinha a declarar. .... Depois, reiterou que se trata de algo “artificial”. A sua posição foi a de prudência, aguardando o desdobrar dos acontecimentos. Isto é, o partido pode vir a adotar uma política de apoio à re-reeleição de Lula, precisando, para tal, que condições políticas sejam criadas. E dentre essas condições estão incluídas as iniciativas de deputados, uma eventual Assembléia Constituinte ou um melhor esclarecimento da própria posição governamental. O tergiversar passa a mensagem de que a re-reeleição é uma possibilidade concreta.

    O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), embora inexpressivo, é uma pessoa que priva da intimidade do presidente da República. Não tomaria uma atitude se não tivesse percebido uma aquiescência à sua opinião. Ele faz parte da corte lulista, que se compraz em “interpretar” os desejos do chefe. Nada é arbitrário, embora possa soar disparatado. O problema é que a nossa própria realidade se está tornando disparatada, como se nada fizesse sentido. A questão consiste, porém, em que o sentido é dado por aqueles que estão arquitetando a manutenção do seu poder. ....

    A mensagem já foi transmitida: a re-reeleição do presidente Lula é uma possibilidade que não pode ser descartada.
Divulgue: clique no envelopinho aí embaixo e envie este post a amigos.

domingo, 11 de novembro de 2007

O Rei manda o tirano calar-se

O Rei manda o tirano calar-se
"Por que não te calas?" Foi assim que o Rei Juan Carlos, da Espanha, deu um basta nas ofensas e petulâncias do neo-ditador Venezuelano, Hugo Chávez, durante a Cúpula Ibero-americana, no Chile.

O comandante ideológico da "companheirada" está habituado à prepotência, ao despotismo e a achincalhar quem bem entende. Claro, contando sempre com a subserviência dos aliados ideológicos.

Levou um basta! Bem merecido! E que foi um basta simbólico a toda a marcha ditatorial do bolivarianismo na América do Sul.

Lição para a diplomacia "companheira"
O Ministro Celso Amorim poderia aprender com o Rei de Espanha o que é diplomacia "altiva e pró ativa". Isso sim, e não as justificativas esfarrapadas que se preocupou em dar quando dos insultos do tiranete venezuelano ao Congresso brasileiro.

Lula também deveria aprender. Pois no último encontro com Chávez, em território brasileiro, permitiu servilmente que o Coronel Chávez insultasse mais uma vez, e impunemente, uma instituição do País, o Congresso, além disso tentando impor-lhe uma diretriz política.

Afinal para a diplomacia "companheira" os insultos ao Brasil e a suas instituições pouco importam, pois tudo está submetido à ideologia de esquerda (o tão apregoado socialismo do século XXI) que comanda a política externa atualmente.

Veja aqui o vídeo do ocorrido. E leia o que publicou a respeito o jornal espanhol El País (10.nov.2007):

  • "Intervinha Zapatero na última sessão plenária da cúpula [Ibero americana], precisamente para contestar a primeira intervenção de Chávez, na qual o dirigente venezuelano insistia em desqualificar Aznar. Revelando algumas conversas que teve con ele na visita de Aznar à Venezuela en 2002, Chávez terminou seu discurso dizendo que "uma serpente é mais humana que um fascista o um racista; um tigre é mais humano do que um fascista o um racista".

    Diante de tais palavras, Zapatero exigiu de novo "respeito" para o ex-presidente espanhol. "Pode-se estar nos antípodas de uma posição ideológica - e não serei eu quem está próximo das idéias de Aznar - mas ele foi eleito pelos espanhóis e exijo esse respeito". Enquanto isso, Chávez, não parava de falar, tentando interromper, defendendo seu direito de expressar sua opinião.

    Então, o Rei, visivelmente agastado, instou a Chávez que deixasse falar Zapatero com um sonoro e inconformado "Por que não te calas?", levantando a mão em direção a Chávez".

Divulgue: clique no envelopinho aí embaixo e envie este post a amigos.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

MST: as milícias de Lula e do PT

MST: as milícias de Lula e do PT
A coluna de Sonia Racy no jornal O Estado de S. Paulo (8.nov.2007) registra as declarações do empresário Horácio Piva sobre o bom momento da economia nacional, com investimentos em marcha e aceitação internacional crescente dos produtos brasileiros.

Piva alerta, entretanto, para as medidas que se tornam necessárias para que o País possa escalar novas posições: o Brasil precisa avançar na questão da infra-estrutura - "e estamos dispostos a ajudar" - na adequação tributária e na definição clara dos marcos jurídicos para a questão florestal e, sobretudo, o governo precisa atentar para os riscos das ações estapafúrdias do MST e dos quilombolas.

O alerta é cheio de propósito! Sim, o Brasil está à mercê de ações estapafúrdias e criminosas que visam inviabilizar o agro-negócio.

Só faltou Horácio Piva apontar a fonte de tais ações: o governo e a pessoa do Presidente!

Estapafúrdios e crimes
Na verdade, os estapafúrdios que vêm sendo feitos em nome dos direitos quilombolas resultam diretamente de um decreto assinado pelo Presidente. O confisco, inclusive de terras produtivas, previsto no decreto se baseia numa simples auto-declaração da condição de descendente de quilombola por parte do interessado, sem necessidade de qualquer prova documental, o que de si subverte completamente o princípio constitucional da propriedade (ver post abaixo A revolução Quilombola).

Por sua vez, as ações estapafúrdias do MST (melhor seria dizer, as ações criminosas do MST) só podem progredir pela aliança do PT com o movimento e pelo acobertamento com que Lula trata tal atuação. O MST vai se tornando aos poucos uma verdadeira milícia de Lula e do PT.

Encontro camuflado
Para quem tem alguma dúvida, basta ler o que a imprensa estampa sobre a reunião "às escondidas" de Lula com os dirigentes do MST na Granja do Torto. Noticia a Folha de S. Paulo (8.nov.2007):

  • "Na reunião, Lula mais ouviu do que falou. Por uma hora e meia, dirigentes do MST cobraram dele o assentamento de acampados, a atualização dos índices de produtividade, a reestruturação dos assentamentos e uma atenção ao avanço das monoculturas, como cana e soja, e dos transgênicos. Lula mostrou-se surpreso com as cobranças: "Estou chocado com algumas dessas questões. Pensei que estivessem resolvidas, mas não estão", disse.

    Houve espaço para brincadeiras. Ao entrar na sala, Lula interrompeu uma conversa de ministros e sem-terra sobre tendências políticas no governo. "Quem está mais à esquerda no governo é o [Henrique] Meirelles [presidente do BC]", disse Lula, provocando risos. Mais adiante, Lula ouviu críticas ao modelo econômico.

    Do governo, participaram os ministros Luiz Dulci (Secretaria Geral), Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) e Dilma Rousseff (Casa Civil) e o presidente do Incra, Rolf Hackbart. Do MST, oito dirigentes nacionais, entre eles João Pedro Stedile, Jaime Amorim e Marina dos Santos.

    O MST cobrava uma conversa com Lula desde o ano passado -a última havia sido em maio de 2005, após uma marcha entre Goiânia e Brasília. Em maio, um encontro às escondidas, nos mesmos moldes do ocorrido ontem, havia sido agendado para a residência da ministra Dilma, mas foi adiado em cima da hora por conta da crise da Operação Navalha.

    Ontem, o Planalto tentou esconder a reunião. O encontro não constava da agenda oficial de Lula e só foi confirmado quando estava em andamento. Questionado, Cassel disse: "Essas reuniões são muito informais mesmo. São reuniões de conversas, reuniões longas"."

É curiosa uma reunião "informal" com tantos ministros e com o Presidente da República. As brincadeiras mostram a grande intimidade com que o MST é tratado e dita sua agenda, quase como fazendo parte do governo.

É curioso também que Lula se diga "chocado" com as questões colocadas pelo MST. Mas não se choca com os crimes perpetrados pelo movimento.

Afinal, o que Lula faz reunido secretamente com líderes de um movimento para-guerrilheiro, que comete continuamente a afronta à lei? O que Lula tem que combinar com tais líderes do movimento, secretamente?

Só para recordar: há dias, João Pedro Stédile, em artigo comemorativo da Revolução Russa de 1917, propunha a mesma como modelo para o Brasil e pregava ações clandestinas para alcançá-la.

Será que o Presidente da República, guardião do Estado de Direito é conivente com tais iniciativas? É grave, muito grave e os brasileiros têm o direito de conhecer a verdade.

Divulgue: clique no envelopinho aí embaixo e envie este post a amigos.

MST ataca a Vale e faz reféns

MST ataca a Vale e faz reféns
A campanha criminosa do MST contra a Vale do Rio Doce vai mar alto!

Já aqui tratei de como a estrategia do MST contra a Vale está em íntima conexão com as disposições do PT no seu recente Congresso (veja o post MST e Governo: cumplicidade malfazeja).

O jornal O Estado de S. Paulo (8.nov.2007) noticia: Sem-terra fecham ferrovia e depredam dois trens da Vale. É o seguinte o teor do noticiário assinado por Carlos Mendes, Kelly Lima e Wilson Tosta:

  • "Belém - Pela segunda vez em menos de 30 dias o Movimento dos Sem-Terra (MST) ocupou a Ferrovia de Carajás, no sudeste do Pará, que pertence à Companhia Vale do Rio Doce. Armados de picaretas, foices e facões, sem-terra bloquearam a saída de trens e depredaram duas locomotivas. Quatro funcionários foram mantidos reféns e liberados no começo da tarde.

    A Vale suspendeu as operações na ferrovia e pediu a intervenção do Ministério da Justiça e da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), para que seja cumprida liminar da Justiça Federal de retirada dos invasores. A liminar foi dada em 17 de outubro, na primeira invasão.

    Charles Trocate, coordenador do MST, disse que os invasores pretendem continuar no local até que os governos federal e estadual atendam às suas reivindicações - entre elas, a construção de escolas e o asfaltamento de estradas vicinais de acesso a assentamentos. Segundo ele, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, entrou em contato com as lideranças do MST e pediu tempo para avaliar as reivindicações, mas os manifestantes não aceitaram. O MST decidiu que só aceita negociar com a presença das autoridades no local.

    A Vale anunciou ter registrado queixa na Polícia Civil do Pará acusando integrantes do MST de ameaçar atear fogo a uma composição ferroviária com 20 mil litros de combustível. Em nota, a empresa expressou preocupação com a segurança de mulheres e crianças que participam do movimento".
Espetáculo da impunidade
Coincidentemente (ou não) a ação criminosa do MST se concretizou no preciso momento em que Lula se reunia "às escondidas" com os líderes do MST e vários ministros, na Granja do Torto(veja o post MST: as milícias de Lula e do PT).

Segundo noticiou a Folha de S. Paulo, Lula "fechou a cara" e "questionou o movimento" a respeito do ocorrido. Enquanto o MST invade uma ferrovia, depreda bens, faz reféns, Lula "fecha a cara"... e é tudo! Se é que fechou, afinal trata-se de um relato de um participante da reunião "às escondidas" do Presidente com o MST.

Onde estão os rigores da lei? Ora, a lei! Segundo a curiosa ideologia de Lula, os "movimentos sociais" (os fora-da-lei) não podem ser "criminalizados", mas os legítimos proprietários podem ser vítimas dos crimes dos "companheiros".

Aonde Lula pretende conduzir o País com seus aliados do MST? Por enquanto ao espetáculo da impunidade.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

O triângulo PT, MST e crime organizado

O triângulo PT, MST e crime organizado
A impunidade está triunfando no País! E sendo implantada pelo PT do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E com a conivência deste.

A cada dia fica mais claro que o MST (verdadeira milícia revolucionária do campo) pratica seus atos em profunda conivência com o PT e as autoridades.

No Pará, a governadora Ana Júlia Carepa (PT) instituiu oficialmente a impunidade para as ações gravemente ilegais de sem-terras e grupos do crime organizado. E está abrindo caminho para a guerrilha ideológica.

Ameaças, crimes de extorsão, mortes
O promotor Daniel Barros advertiu a governadora que no Pará "está-se confundindo reforma agrária com crimes de extorsão, dano ao patrimônio, ameaças, lesões corporais e mortes". E, num contra-senso gritante, tudo com a proteção da autoridade máxima do Estado.

A reportagem da revista Veja (7.nov.07), intitulada Faroeste no Pará, fala por si:

  • "Hoje, a área, equivalente à do estado do Rio de Janeiro, abriga um dos maiores rebanhos do país. A economia floresceu, os investimentos chegaram e o preço do hectare dobrou desde 2004. Agora, uma onda de conflitos agrários e um surto de banditismo ameaçam interromper o desenvolvimento. Vinte e cinco fazendas já foram invadidas. Vinte delas ainda estão ocupadas e oito foram destruídas. A Justiça concedeu mandados de reintegração de posse a nove fazendeiros. Nenhum deles foi cumprido, porque a governadora Ana Júlia Carepa, do PT, editou uma portaria proibindo a polícia de interferir nos conflitos agrários. Pasme, mas é isso mesmo. A medida define esses casos como "conflitos sociais" e estabelece que eles devem ser dirimidos exclusivamente por uma delegacia de assuntos fundiários ....

    A decisão da governadora beneficiou não só os sem-terra como também três quadrilhas de malfeitores que aterrorizam o sul do estado. Esses bandos invadem fazendas e cobram resgate dos seus proprietários. Quando não recebem o dinheiro, matam animais, queimam pastos e arruinam edificações. ....

    Em meio à impunidade, uma recém-criada organização de sem-terra começou a aterrorizar a região: a Liga dos Camponeses Pobres, que mantém relações com remanescentes do Sendero Luminoso, o grupo terrorista de orientação maoísta que matou 30.000 pessoas no Peru nas décadas de 80 e 90. Os integrantes da liga andam encapuzados e armados. Dois deles contaram que a organização funciona com o dinheiro que cobra de pessoas interessadas em ganhar lotes da reforma agrária. ....

    Os crimes dos bandoleiros e dos sem-terra, combinados com a impunidade assegurada pelo governo do PT, levaram fazendeiros a contratar empresas de segurança. .... "É a única alternativa que temos, porque o pouco de presença de estado que existia aqui desapareceu", afirma a presidente do Sindicato Rural de Redenção, Rosangela Hanemann. O Pará da governadora Ana Júlia Carepa é uma terra sem lei".
Divulgue: clique no envelopinho aí embaixo e envie este post a amigos.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

CPMF, TV pública, 3º mandato...

CPMF, TV pública, 3º mandato...
A aprovação da prorrogação da CPMF será o ponto de partida para o país começar a descer a rampa que conduzirá ao chamado "golpe institucional". É essa a idéia central do significativo artigo que Jorge Bornhausen publica na Folha de S. Paulo (7.nov.2007), intitulado Depois da CPMF, o queremismo.

Traça um paralelo entre as movimentações políticas destes dias, em que a idéia do 3º mandato anda na boca de muita gente, e o movimento deslanchado no tempo de Getúlio Vargas para salvar o regime discricionário. Um "queremos Getúlio" que, nas suas palavras, equivalia a uma "democracia com ditador".

O "queremismo" lulista
Bornhausen delineia o fio condutor da pressão governamental para aprovar a CPMF, o troca-troca partidário promovido pelo governo para inchar a "base aliada", a criação e implantação às pressas da TV pública, a idéia do 3º mandato.

  • "Erro de script - ou, quem sabe, uma precipitação no cronograma de eventos do esquema lulista - tornou público os planos de promover um plebiscito com as eleições municipais de 2008 para permitir um terceiro mandato ao presidente da República. E com a prorrogação - de quatro para cinco anos - do atual mandato de Lula.

    Mas ninguém dirá que o autor da proposta, o deputado Devanir Ribeiro, sindicalista da confiança pessoal do presidente, é um livre atirador. Pelo contrário, trata-se de uma voz autorizada e prestigiada.

    Não era para ser assim. Como tudo no governo Lula - um jogo político em que pouco importam os meios, tudo é feito apenas para manter e ampliar o poder -, a questão da CPMF seria um bom pretexto.

    Embora seja uma ação legislativa absurda (emendar a Constituição para criar um tributo provisório que se extingue no dia 31/12/2007), a tramitação da CPMF foi escolhida como biombo para aprovar a segunda reeleição do presidente da República. ....

    Ao fazr [alguns vira-casacas] trocar de partido e esvaziar as bancadas da oposição, montou-se o rolo compressor (que eles chamam eufemisticamente de "base governista") para aprovar a segunda reeleição de Lula.

    Num país em que já são cobrados 64 tributos diferentes e certamente ocorre a maior desproporção entre o peso dos impostos sobre a população e a retribuição desse dinheiro em serviços e fortalecimento do Estado, a CPMF é indefensável. ....

    Sem limites éticos, o governo Lula atinge os seus fins: a remoção do obstáculo representado pela capacidade da oposição de desfrutar de seu peso específico -obtido pelo voto, em eleições diretas- nas decisões do Congresso, ao menos quando se tratar de maiorias qualificadas.

    Daí a votação da prorrogação da CPMF, o imposto do cheque, ter se transformado numa batalha decisiva para a democracia brasileira. Sua aprovação será a partida para o país começar a descer o plano inclinado do chamado "golpe institucional", quando os avanços discricionários cumprem falsos rituais democráticos.

    Sem nenhum obstáculo, a implantação de um governo absolutista satisfaz a preocupação natural do grande grupo de incompetentes e desqualificados que, graças ao uso da "estrelinha" partidária, e só por isso, ocupam as dezenas de milhares de cargos públicos de confiança. E não terão o que fazer se perdê-los.

    A eles se aliarão os inescrupulosos que, por meio de ONGs de fachada, se alimentam dos cofres governamentais. Serão todos capitães da brigada de choque do novo queremismo. ....

    O queremismo não pegou, mas o vírus da doença tropical se mantém hibernado. Ou pode-se interpretar de outra maneira a implantação surpreendente da nova TV estatal, mobilizando recursos e pessoas que dificilmente se disporiam a trocar carreiras e tempo de serviço, com excelentes salários, por uma aventura de fim de governo? Esse tipo de operação tem nome e modelo conhecidos na política brasileira. É queremismo".
Divulgue: clique no envelopinho aí embaixo e envie este post a amigos.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Chávez, Lula e o Vietnã das metralhadoras

Chávez, Lula e o Vietnã das metralhadoras
Deixei passar uns dias para analisar a notícia abaixo. Afinal, era necessário aguardar que, no governo, alguém se pronunciasse sobre ela. O que não aconteceu, lembrando o velho ditado: quem cala, consente.

Infelizmente, boa parte de nossa mídia tem escondido o profundo descontentamento que grassa na Bolívia em relação ao governo de Evo Morales.

É claro que, segundo a peculiar concepção de democracia que certas esquerdas arvoram, qualquer movimento de oposição a um governo dos "companheiros" é golpismo, seja das elites, da oposição, da imprensa... enfim, de quem quer que seja. E como tal deve ser combatido. (Este discurso nos é bem familiar!)

Entretanto, Hugo Chávez deu um passo a mais neste "combate". Ele acha que o mesmo se deve estender para além das fronteiras.

Chávez ameaça reação armada
Em seu programa Alô, Presidente, o Coronel Chávez (ele, sim, historicamente um golpista e hoje um ditador) ameaçou uma intervenção armada na Bolívia, caso a oposição derrube Evo Morales.

Conforme noticiou a Folha de S. Paulo (15.out.2007), em Cuba, ao pé de uma imensa estátua do guerrilheiro Che Guevara, Chávez declarou: "Se a oligarquia boliviana conseguir derrubar Evo ou assassiná-lo, saibam vocês, oligarcas da Bolívia, que o governo venezuelano, que os venezuelanos, não vamos ficar de braços cruzados".

E Chávez prosseguiu: "Tenham muito cuidado, porque não seria o Vietnã das idéias, seria o Vietnã das metralhadoras, o Vietnã da guerra. Saibam disso", continuou, em alusão à proposta de Che Guevara de criar "um, dois, três Vietnãs" contra os Estados Unidos.

A ameaça de Chávez de intervir militarmente no processo político de um país vizinho é de si estarrecedora e deveria receber pronta reação diplomática. Aliás, a Bolívia já é hoje, na prática, um protetorado da Venezuela e o governo de Evo Morales agradeceu a manifestação de "solidariedade latino-americana".

Chávez tenta engajar Lula
Mas o mais espantoso ainda estaria por vir. Chávez afirmou ter conversado sobre o assunto com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua recente visita ao Brasil: "Disse a Lula: Temos de fazer algo para evitar na Bolívia o que já ocorreu na Venezuela em 2002".

Chávez não esclareceu qual a resposta do brasileiro. Entretanto, o silêncio de Lula é incompreensível. Uma ameaça de intervenção militar num país vizinho, como a referida, e uma alusão à conversa de Chávez com Lula sobre o assunto, exigiam um pronto desmentido deste último. Até agora não veio. A que aventuras a política externa brasileira conduzirá o País? Os brasileiros têm o direito de ser informados a respeito.

Quem cala, consente!
Com propósito comentou, em suas Notas & Informações (O protetor da Bolívia), o jornal O Estado de S. Paulo (19.out.2007):

  • "Hugo Chávez é um falastrão, mas, ao contrário do que muita gente pensa, não é inconseqüente. Não teria feito ameaça dessa gravidade - intervir militarmente em um país vizinho - se a transformação da Bolívia num Estado bolivariano estivesse indo de vento em popa. A oposição boliviana tem travado o projeto de criação de um regime idêntico ao que Chávez está impondo à Venezuela e isso o caudilho não pode tolerar. ....

    No programa [Alô, Presidente], Chávez revelou que conversou sobre o que chama de “crise boliviana” com o presidente Lula, no encontro que tiveram em Manaus. .... O caudilho não disse qual foi a resposta de Lula.

    Essa resposta só pode ser uma - e deve ser pública, para que não haja dúvidas: o Brasil não apóia a ingerência de quem quer que seja nos assuntos internos de seus vizinhos e fará o que for necessário para manter a soberania da Bolívia. Esse é o único tipo de linguagem que o caudilho compreende e respeita".
É verdade, essa resposta só pode(ria) ser uma e pública. Entretanto, não houve resposta, nem pública nem privada! Lula, sempre tão prolixo, manteve-se em enigmático (ou até cúmplice) silêncio: Quem cala, consente!

Divulgue: clique no envelopinho aí embaixo e envie este post a amigos.