quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Lula, obamania e ditadores

Lula, obamania e ditadores
Três dias antes da eleição presidencial norte-americana, Lula foi, uma vez mais, a Cuba.

A viagem teve um fim claro: lançar a corda ao regime dos irmãos Castro (Fidel e Raul), que afunda a olhos vistos.

Atualmente o empenho do presidente e da diplomacia "companheira" é salvar o regime ditatorial de Cuba. A ajuda não visa dar bem estar à população, mas preservar do soçobro o regime comunista que há décadas oprime os cubanos: "A presença de Lula em Cuba é um importante sinal político para Raúl Castro, que enfrenta o pior momento de sua gestão", afirmou a Folha de S. Paulo (29.out.2008).

Notem que os apelos dirigidos pelo presidente brasileiro a Barack Obama são para que este acabe com o bloqueio econômico ao regime, que Lula considera inaceitável. Inaceitável não é o regime comunista ditatorial, inaceitável é o bloqueio norte-americano! Por que Lula não pede a Raul Castro que acabe com o regime ditatorial e dê plena liberdade, inclusive econômica, a Cuba?

Indisfarçável afinidade com o ditador
Diante de um grande mural com a figura do guerrilheiro Che Guevara, Lula manifestou sua indisfarçável alegria com a visita à Ilha-prisão. Ao lado de Raul Castro (carrasco de tantos opositores) Lula brincou e riu desbragadamente, demonstrando a grande afinidade de idéias, de convicções e de propósitos.

Fez ainda uma visita de duas horas ao ditador Fidel Castro, a quem uma vez mais cobriu de rasgados elogios. O presidente parece sentir uma recorrente necessidade de haurir algum misterioso eflúvio da personalidade do ditador cubano, além de seus sombrios conselhos políticos. Há uma indisfarçável afinidade entre Lula e Fidel.

Presidente negro: ganho extraordinário
Já prestes a sair de Cuba, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado de Raul Castro, manifestou sua torcida pela vitória do democrata Barack Obama: "Da mesma forma que o Brasil elegeu um metalúrgico, a Bolívia, um índio, a Venezuela, o Chávez, e o Paraguai, um bispo, seria um ganho extraordinário se a maior economia do mundo elegesse um negro". A preferência de Lula foi, posteriormente, elogiada pelo próprio Fidel.

A viagem de Lula, como sua declaração sobre a preferência por Obama, são esclarecedoras. E muito!

Obamania, ditadura e racismo
Em primeiro lugar demonstram como o apreço de Lula pela democracia é relativo. Lula é cúmplice, admirador e defensor de ditadores, como Fidel.

Nunca é demais insistir: Lula e o PT não acreditam no regime de liberdades democráticas. Aproveitam-se dele para atuar, governar e, se possível, acabar com a democracia. Suas práticas de governo e a orientação da atual diplomacia do Brasil, são provas disso.

Em segundo lugar, ao comparar Obama a Evo Morales e Chávez, Lula pretendeu elogiar o primeiro e deixou ver quem são as figuras políticas que admira e acha exponenciais. Ou seja, dois protoditadores, que aos poucos vão implantando, nos respectivos países, regimes autoritários, com desrespeito aberto às instituições do Estado de Direito, à lei e às liberdades.

Além disso, sua declaração teve conotação profundamente racista: o ganho extraordinário é a eleição de um negro! Já tive a oportunidade de comentar como é racista o anti-racismo de muitas esquerdas: o essencial da figura de Obama é sua cor e não sua agenda política.

8 Leia Obama, messianismo e irracionalidade

Mas a manifestação de preferência de Lula também é reveladora do cariz da chamada Obamania. Comparar Obama a Evo Morales e a Chávez, é esclarecedor do que muitos adeptos desta onda esperam do novo presidente norte-americano.

É claro que Barack Obama não pode ser responsabilizado pelas declarações do presidente Lula. Mas também é verdade que muitos dos obamaníacos, pelo mundo, alimentam esperanças semelhantes às de Lula.

Lula-aqui, Evo-ali, Obama-lá
A propósito das declarações de Lula e da natureza da obamania, o escritor Augusto de Franco, publicou na Folha de S. Paulo (17.nov.2008) um contundente artigo, intitulado Lula-aqui, Evo-ali, Obama-lá.

  • "Em parte por concepção, em parte por esperteza, Lula resolveu contrair a obamania. Nas vésperas da eleição americana, ele declarou: "Da mesma forma que o Brasil elegeu um metalúrgico, a Bolívia, um índio, a Venezuela, o Chávez, e o Paraguai, um bispo, seria um ganho extraordinário se a maior economia do mundo elegesse um negro". É ruim.

    Salva-se nessa lista de admirações só o próprio Obama. Os outros são ou serão protoditadores ou ditadores, com exceção de Lula, que é apenas um líder neopopulista manipulador. É ruim também. Mas é menos pior.

    A esperteza de Lula é usar a obamania para legitimar a lulomania. Ou a evomania. Ou a chavezmania. São manias de não gostar da democracia. (...)

    Para entender, é preciso ver que Lula não quer ser chefe de governo. Nunca quis. Ele quer ser condutor de rebanhos, guia de povos. Quer palanques extraordinários, não a ordinária rotina das tarefas administrativas. (...) Quem gosta de conduzir o povo pela mão são os sociopatas (e genocidas, como Mao, o "guia genial dos povos") e os vigaristas (como certos pastores e palanqueiros).

    A democracia não precisa de líderes extraordinários, superhomens, caudilhos carismáticos que eletrizam as multidões e arrebatam as massas em nome de um porvir radiante. (...)

    Mas Lula, significativamente, tem especial predileção pela palavra: assim como a vitória de Obama seria "extraordinária", aquele seu primeiro ministério, detonado pelas suspeitas e acusações formais de crime, roubo e formação de quadrilha, ele também o qualificava como "extraordinário".

    Quem precisa de coisas extraordinárias, mitos fundantes (líderes ungidos, predestinados a cumprir um papel redentor), utopias fantásticas (reinos milenares de seres superiores ou regimes universais de abundância) são autocracias, não democracias.

    Quase dois terços dos americanos não foram votar no mulato Obama. Dos que foram votar, quase a metade preferiu o macho branco caucasiano McCain. (...) [Obama] nem vai governar o tempo todo lembrando a sua condição extraordinária de negro. Se fizesse isso, seria um negro de araque.

    Já Evo é um índio de araque, nesse particular, igualzinho a Lula, um metalúrgico de araque. Sim, ele o foi, mas não é mais. Há muito tempo. Aliás, já passou mais tempo como profissional do palanque (...).

    Quem pode viver disso não é a política (democrática), mas aquela ideologia sociológica que pretendia encontrar na extração social alguma razão para explicar e legitimar o comportamento do agente. (...)

    A empulhação se generalizou, em parte baseada na visão equivocada de que a origem de classe ou de raça ou cor tem alguma coisa a ver com a democracia. (...) Uma pessoa deve ser escolhida pelas suas opiniões, não por sua extração, origem, identificação antropológica.

    Lula-aqui, Evo-ali e Obama-lá são movimentos regressivos. Obama não tem culpa. Ao contrário de Lula e de Evo, ele está convertido à democracia. Mas a obamania, assim como a lulomania e a evomania, aborrece a democracia."

Após a leitura deste excelente artigo, concluo. Se bem que ninguém tenha ouvido a Barack Obama declarações de cumplicidade com ditadores, uma pergunta não quer calar: por que a eleição de Obama despertou esperanças tão nefastas em ditadores, protoditadores ou simpatizantes de ditadores?

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6 comentários:

Anônimo disse...

Ola Sepulveda
Muito bom.
O Lula não perde uma para elogiar seus amigos ditadores ou pré.
Obama está pisando em ovos, mas o seu passado não engana. O problema é arrastar o povo americano.

Alexandre Core disse...

Excelente post!
E que tal o video que está na internet e foi exibido ontem nos principais telejornais do mundo com a voz (falta confirmação) de Ayman Al-Zawahiri, o número dois da rede terrorista Al Qaeda? O terrorista detona o Obama de tudo que é jeito (ver link abaixo).

E ainda mandou um recado claro para o Obama:

“Os cães do Afeganistão acharam a carne dos seus soldados uma delícia”.

http://www.cnn.com/2008/US/11/19/obama.alqaeda/index.html

Fernanda disse...

Obrigada pelo seu comentario no meu blog. Obrigada acima de tudo pq assim descobri o seu blog que eh maravilhoso!! Finalmente encontrei algo interessante sobre politica!

E nem me fala em Obama. A Obamania eh irritante!!! E mais irritante eh o romantismo das pessoas em achar que ele vai mudar alguma coisa...

Abracos e parabens!

Fernanda disse...

Obrigada pelo seu comentario em meu blog, acima de tudo pq assim descobri seu blog que eh maravilhoso!

Parabens!!!

Anônimo disse...

Mis mejores deseos por un feliz recibimiento del Niño Dios. Abrazos y con afecto, Martha

Anônimo disse...

Olá!
Indiquei seu blog para o selo Blog de Ouro dá uma olhada:
http://sucessaoaapostolica.blogspot.com/2009/02/sucessao-apostolica-e-ouro.html